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quarta-feira, abril 14

Transgênicos são bons para o agricultor e o ambiente, diz estudo nos EUA


Relatório científico alerta, porém, para o crescimento da resistência de pragas a herbicidas
Culturas geneticamente modificadas são lucrativas para os fazendeiros e podem ajudar a proteger o meio ambiente e as pessoas de uma overdose de pesticidas, disse um comitê de especialistas nessa terça-feira, 13.

Mas existe o risco de que as pragas estejam desenvolvendo resistência ao Roundup, o herbicida usado para tratar campos cultivados com um certo tipo de planta transgênica, acrescentaram os pesquisadores.

E a tecnologia da modificação genética não está sendo explorada o suficiente, em vista dos benefícios potenciais que possui, acrescenta o comitê do Conselho nacional de Pesquisa dos EUA.

"Estamos vendo evidências sólidas de que a resistência das pragas ao glifosfato está aumentando. Isso requer atenção séria", disse David Ervin, da Universidade Estadual do Oregon em Portland, que presidiu o comitê.

Glifosfato é o principal ingrediente do herbicida Roundup, da Monsanto.A empresa criou várias culturas geneticamente modificadas para resistir ao efeito do produto que, segundo Ervin, substituiu agrotóxicos mais perigosos para a saúde humana.

Nove pragas nos EUA desenvolveram resistência ao glifosfato em áreas onde culturas transgênicas são plantadas, em comparação com sete em áreas onde a modificação genética não é usada.

"Fazendeiros que adotaram culturas geneticamente modificadas têm experimentado custos de produção mais baixos e obtido produção maior, em muitos casos graças a um controle de pragas mais eficiente e perdas menores para insetos", diz o relatório do Conselho, que faz parte das Academias Nacionais de Ciência que aconselham o governo federal.

"Fazendeiros e seus empregados não apenas enfrentam uma exposição reduzida aos produtos químicos nocivos presentes em alguns herbicidas e inseticidas que eram usados antes da introdução das lavouras geneticamente modificadas, como passam menos tempo nos campos aplicando pesticidas".

Ervin disse que o comitê não avaliou as questões de saúde ou segurança, que foram cobertas em relatórios anteriores. "Tentamos navegar pelo meio. Não quisemos ser pró ou contra", disse ele.

O uso de culturas geneticamente modificadas para resistir a pesticidas também permite que os agricultores dependam menos de práticas que empobrecem o solo e causam erosão, afirma o relatório.

Até agora, os genes que produzem resistência a pesticidas ainda não foram assimilados por plantas silvestres nos Estados Unidos, o que poderia criar superpragas, afirma o relatório, lembrando, porém, que o risco permanece.

BRASIL

No Brasil, o plantio e comercialização de variedades transgênicas depende da aprovação de órgãos do governo federal - a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) e o Conselho Nacional de Biossegurança.

O uso desse tipo de planta é duramente criticado por ambientalistas, que temem o impacto ecológico das variedades modificadas e alertam para as incertezas quanto ao impacto das plantas transgênicas na saúde humana, muito embora não exista confirmação de efeitos nocivos.

No Brasil, produtos que contêm uma proporção de transgênicos superior a 1% devem apresentar um selo especial, para informação do consumidor.

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