tem como objetivo informar a classe de produtores rurais,e pecuaristas sobre novos produtos e o mercado agropecuario
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Proposta do Agronegócio para o próximo Presidente da República
- PROPOSTAS AOS PRESIDENCIÁVEIS CENÁRIOS 2011 Comunicação e Governança Propostas do Agronegócio para o próximo Presidente da República - 2010 AGRONEGÓCIO – DESENVOLVIMENTO E SUSTENTABILIDADE 1
- PROPOSTAS AOS PRESIDENCIÁVEIS Apresentação É com a mais elevada nobreza e prática da cidadania que a Associação Brasileira de Agribusiness (Abag) faz chegar às mãos de vossa senhoria o documento “Propostas do Agronegócio Para o Próximo Presidente da República”. O trabalho espelha consulta e posicionamento das principais cadeias produtivas que integram o agronegócio brasileiro, que em termos nacionais representou 42% das exportações e 24% de todo o Produto Interno Bruto (PIB) nacional de 2009. O Brasil ocupa as primeiras posições no ranking mundial de açúcar, etanol, café e suco de laranja, complexo soja e carnes (aves, bovinos e suínos), dentre outros produtos. Quando se reporta aos cenários futuros elaborados por instituições de renome e credibilidade internacional, como a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o agronegócio brasileiro desponta como um dos principais protagonistas em escala global. Externamos a importância de que seja concebido e tratado com a absoluta prioridade um plano de desenvolvimento para a agricultura e o agronegócio nacional, com comprometimento de metas e ações estratégicas. Um planejamento com ideário forte e coeso, que sirva como ponto de referência futura. Uma política de estado a ser seguida, independente de quem esteja no poder. Carlo Lovatelli Presidente da Abag Julho/2010 AGRONEGÓCIO – DESENVOLVIMENTO E SUSTENTABILIDADE 2
- PROPOSTAS AOS PRESIDENCIÁVEIS AGRONEGÓCIO – DESENVOLVIMENTO E SUSTENTABILIDADE PLANO DE AÇÃO 2011-2014-2020 PROPOSTAS AOS PRESIDENCIÁVEIS RESUMO EXECUTIVO AGRONEGÓCIO – DESENVOLVIMENTO E SUSTENTABILIDADE 3
- PROPOSTAS AOS PRESIDENCIÁVEIS 1. Fundamentos e Metas 1.1. Produção e renda • Potencial na produção de alimentos, fibras e biomassa, para atender a demanda gerada pela crescente população, com desenvolvimento sustentável. • Reforçar estímulos à agregação de valor para gerar renda e melhores condições de vida no campo. Metas de crescimento no horizonte 2010 a 2020 Aumento na produção 37% nos grãos (arroz, feijão, milho, soja e trigo), 38% nas carnes, 76% na cana-de-açúcar (48,2% em açúcar e 127,3% em etanol) 37% nas florestas plantadas. Agroenergia Participação em 20% na matriz energética nacional Incorporação 15 milhões de hectares de áreas degradadas no processo produtivo. Biomas Controle do desmatamento, manejo dos recursos naturais e oferta de serviços ambientais Renda Mínima (*) Incorporação de 800 mil pequenos produtores ao mercado Exportação Dobrar para US$ 130 bilhões (*) Valor da produção entre 1 a 2 salários mínimos Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) AGRONEGÓCIO – DESENVOLVIMENTO E SUSTENTABILIDADE 4
- PROPOSTAS AOS PRESIDENCIÁVEIS 1.2.Meio ambiente • Ampliar as práticas conservacionistas e inovações tecnológicas para potencializar os ganhos de produtividade. • Intensificar a recuperação de áreas degradadas e o monitoramento dos avanços das lavouras e pastagens. • Estimular a expansão do sistema de plantio direto na palha (SPDP) e a integração lavoura, pecuária e silvicultura (ILPS). • Dar alternativas para a propriedade rural explorar turismo e lazer. • Promover as práticas sustentáveis de manejo dos recursos florestais e hídricos. • Contribuir significativamente para uma economia de baixo carbono com matriz energética limpa e renovável Metas para redução das emissões no horizonte 2010 a 2020 Ampliação Redução das Ações da Área (1) Emissões (2) Recuperação de pastagens degradadas 15,0 104,5 ILPS 4,0 22,0 SPDP 8,0 20,2 Fixação de nitrogênio 5,5 20,0 Reflorestamento 3,0 8,0 Agroenergia 1.015,0 (*) (1) milhões de hectares (2) milhões de toneladas em equivalentes de gás carbônico Fonte: MAPA. (*) União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica) AGRONEGÓCIO – DESENVOLVIMENTO E SUSTENTABILIDADE 5
- PROPOSTAS AOS PRESIDENCIÁVEIS 1.3. Competitividade • Melhoria na infraestrutura e logística para o mercado interno e os corredores de exportação, inclusive alcooldutos. • Aumento na produtividade de grãos (toneladas por hectare) de 2,93 para 3,54. • Desoneração tributária dos alimentos da cesta básica ampliada (incluindo as carnes) e dos produtos para a exportação. • Reforma no Sistema de Defesa Agropecuária diante das demandas do mercado. • Estratégias para a comunicação, imagem e valorização do agronegócio. • Redução da dependência externa de fertilizantes e biocidas. • Suprimento de insumos e maquinas com origem nacional. • Investimentos para o desenvolvimento da pesquisa agropecuária. • Busca da autosuficiência da produção de fertilizantes de origem nacional. Metas para infraestrutura do agronegócio Armazenagem de Grãos Nível da propriedade: de 5% para 10% da produção. Fronteira agrícola: aumento de 35% na capacidade Matriz de Transporte Rodoviária: de 61% para 35%; de Grãos Ferrovia: de 33% para 45%; Hidrovia: de 6% para 20%. Escoamento de Grãos Santos e Paranaguá: de 66 % para 50% via Portos Demais portos: de 34% para 50% Pesquisa 2% do PIB da agropecuária AGRONEGÓCIO – DESENVOLVIMENTO E SUSTENTABILIDADE 6
- PROPOSTAS AOS PRESIDENCIÁVEIS 1.4. Institucionalidade • Questão de estado e não de governo: agronegócio com sustentabilidade. • Garantia dos direitos constitucionais de propriedade privada no meio rural. • Racionalidade e coordenação na estrutura da administração pública entre as diferentes funções do executivo federal afetas ao agronegócio. • Administração pelo MAPA das políticas agroambientais, florestas plantadas e da água, solo e minerais de uso pela agropecuária. • Gestão matricial de temas ligados a meio ambiente, saúde, transporte, energia e negociação internacional. • Políticas públicas com foco na globalização do agronegócio. AGRONEGÓCIO – DESENVOLVIMENTO E SUSTENTABILIDADE 7
- PROPOSTAS AOS PRESIDENCIÁVEIS 2. Propostas ao Governo Pilar 1: Garantia de renda para o agricultor • Plano safra qüinqüenal, incluindo medidas estruturais, revisadas anualmente. • Ampliação e diversificação das fontes anuais de financiamento. • Garantia de preços mínimos e aprimoramento do Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (PEPRO) e Prêmio de Escoamento da Produção (PEP), de acordo com o tamanho dos estoques e as metas de produção dos Planos Plurianuais. • Incentivar novos mecanismos orientados para o mercado. • Estímulos para transformação dos produtores rurais em pessoas jurídicas. • Solução definitiva para as dívidas agrícolas. • Desoneração tributária para os produtos da cesta básica ampliada (incluindo as carnes) e dos produtos para a exportação. • Criação e regulamentação dos fundos: Catástrofe, Garantidor do Crédito Rural e de Compensação por Serviços Ambientais. • Reforçar estímulos à agregação de valor para gerar renda e melhores condições vida no campo. • Formalização e padronização dos contratos de commodities: cláusulas de garantia, hedge, vencimento, inadimplência, arbitragem, etc. • Estimular contratos nas cadeias produtivas (exemplo: Conselho de Produtores de Cana-de Açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo – CONSECANA). • Assegurar acordos bilaterais ou multilaterais entre Estados ou blocos econômicos. AGRONEGÓCIO – DESENVOLVIMENTO E SUSTENTABILIDADE 8
- PROPOSTAS AOS PRESIDENCIÁVEIS Pilar 2: Infraestrutura e logística • Fundamental para a renda do agricultor e a competitividade setorial. • Atração de capitais com a garantia de cumprimento dos contratos firmados, preparo do poder judiciário (solução de conflitos) e esforços conjuntos entre governo e iniciativa privada. • Programa estratégico para o desenvolvimento do agronegócio, com a integração dos modais de transporte em função das demandas com o crescimento econômico. • Capacidade técnica e executiva para as agências públicas administrarem os interesses dos concessionários e usuários. • Previsão, em lei, de um regramento para instalações e operações de dutos destinados exclusivamente para transporte de biocombustíveis. Obras prioritárias Pavimentação Rodovias (i) BR 163: Guarantã (MT) e Santarém (PA); (ii) BR 158: Ribeirão Cascalheira (MT) à divisa com o Pará; (iii) BR 364: Diamantino (MT) e Campo Novo dos Parecis (MT); (iv) BR 251; BR 030: interligando as BR 158 e BR 163 Construção de trechos BR 242: a partir de Sorriso (MT) interligando com a BR 158 e de rodovias duplicação da BR 346 (Rondonópolis – Cuiabá) Ferrovias Norte-Sul (TO, GO, SP e PR); Ferronorte; Nova Transnordestina; Ferroeste; Oeste Leste; Ferrovia litorânea Santa Catarina (Imbituba – Araquari) Hidrovias Araguaia-Tocantins; Teles Pires-Tapajós; Tietê-Paraná; Rio Madeira; Rio Juruena (MT) – Tapajós Dutovia Goiânia-portos de São Paulo e Rio de Janeiro Campo Grande-porto do Paraná (Paranaguá) Plataforma Multimodal Marabá (PA) e a eclusa Boa Esperança (PI). Portos Estratégicos Vitória (ES); Santos (SP); Paranaguá (PR); Itaqui (MA): Vila do Conde (PA); São Francisco do Sul (SC); Itajaí (SC); Rio Grande (RS); Santarém (PA) e Rio Tocantins Cabotagem Autorizar embarcações com bandeira estrangeira para a navegação Ações estratégicas Dragagens, eclusas, derrocamento, sinalização e balizamento AGRONEGÓCIO – DESENVOLVIMENTO E SUSTENTABILIDADE 9
- PROPOSTAS AOS PRESIDENCIÁVEIS Pilar 3: Comércio Exterior • Fortalecimento da negociação internacional: Rodada de Doha, Conferência das Partes e acordos bilaterais. • Conclusão de acordos comerciais, em especial da negociação Mercado Comum do Cone Sul (MERCOSUL) e União Européia (UE). • Valorização da ciência no cumprimento do acordo de medidas sanitárias e fitossanitárias (regionalização, harmonia e equivalência) e em questões ambientais • Fortalecimento da Câmara de Comércio Exterior (CAMEX) como instância decisória para todas as questões relativas ao comércio exterior. • Ampliação das ações de promoção institucional do agronegócio brasileiro nos mercados prioritários. • Estabelecimento de mecanismos de certificação consistente de produtos com selos de sustentabilidade, que considerem os aspectos econômicos, sociais e ambientais, valor às marcas, qualidade ao produto e benefícios ao consumidor e à competitividade do setor produtivo. • Transformação dos produtos da agroenergia em commodity internacional. Pilar 4: Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação • Fortalecimento das pesquisas de ponta (biotecnologia e nanotecnologia) e em sistemas sustentáveis e de baixo carbono (SPDP e ILPS). • Intensificação das pesquisas em agroenergia, especialmente de etanol de 2° geração. • Coordenação da gestão dos recursos genéticos brasileiros. • Desenvolvimento de cultivares que aliem alta produtividade com eficiência de uso da água e nutrientes, resistência a pragas e doenças e adaptação às mudanças climáticas. • Incentivos à geração e registros de patentes. • Estímulos para os programas de capacitação e treinamento de recursos humanos, a exemplo do “sistema S e do cooperativismo”, com envolvimento de especialistas. • Alocação de pelo menos 2% do PIB da agropecuária para PD&I em ciências agrárias e incentivo às inovações tecnológicas em empresas privadas nacionais. AGRONEGÓCIO – DESENVOLVIMENTO E SUSTENTABILIDADE 10
- PROPOSTAS AOS PRESIDENCIÁVEIS Pilar 5: Defesa Agropecuária • Agilidade nos processos de registros de novas moléculas de defensivos agrícolas pelo MAPA, Agência Nacional da Vigilância Sanitária (ANVISA) e Instituto Nacional de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (IBAMA), com prazo máximo para a conclusão do processo. • Erradicação da febre aftosa do território nacional e intensificação do apoio aos países vizinhos. • Reestruturação e ampliação da rede de laboratórios oficiais, com a participação das redes privadas. • Reforços às equipes de vigilância e prevenção sanitária; • Padronização dos procedimentos dos Serviços de Inspeção Federal, Estadual e Municipal. • Informatização de todos os procedimentos afetos à Secretaria de Defesa Agropecuária; • Conexão e informatização dos procedimentos entre o MAPA e o Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) na importação de matérias primas para fabricação de insumos agropecuários. • Criação da “Licença de Importação Master” para os insumos agropecuários, com a eliminação da necessidade de licenças não automáticas a cada partida, ao longo do ano. • Apoio aos programas de prevenção contra a entrada e disseminação de doenças no país, e na erradicação de doenças como aftosa, brucelose e tuberculose. Pilar 6: Institucionalidade • Administração pelo MAPA das políticas agroambientais, florestas plantadas e da água, solo e minerais de uso pela agropecuária. • Plano de comunicação e valorização da imagem do agronegócio. • Definir um marco regulatório específico para biocombustíveis, que valorize as suas externalidades econômicas e sócio-ambientais. • Cumprimento do direito constitucional de propriedade privada, coibindo invasões e desapropriações, não amparadas por lei. • Revisão dos marcos legais: Código Florestal, Estatuto da Terra, Sistema Nacional de Crédito Rural, Lei Agrícola e a Legislação Trabalhista no Campo. • Fortalecimento das agências reguladoras Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT) e Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ). AGRONEGÓCIO – DESENVOLVIMENTO E SUSTENTABILIDADE 11
- PROPOSTAS AOS PRESIDENCIÁVEIS AGRONEGÓCIO – DESENVOLVIMENTO E SUSTENTABILIDADE PLANO DE AÇÃO 2011-2014-2020 1 PROPOSTAS AOS PRESIDENCIÁVEIS AGRONEGÓCIO – DESENVOLVIMENTO E SUSTENTABILIDADE 12
- PROPOSTAS AOS PRESIDENCIÁVEIS 1. Fundamentos • O Agronegócio 2 Brasileiro é um caso de sucesso! Contribui com 26% do PIB e 36% das exportações. É responsável pela totalidade do saldo da Balança Comercial, atingindo, de 1997 a 2009, US$ 403 bilhões. Da sua produção, cerca de 70% abastece o mercado interno e o restante sustenta a Balança Comercial! • A transformação da agricultura tradicional e ineficiente dos anos 1960-70, em um agronegócio pujante, credite-se, em primeiro lugar, à competência do setor privado, incluindo os agricultores, os produtores de insumos, os processadores e os prestadores de serviços. • O Estado Brasileiro contribuiu com a pesquisa na agricultura tropical, fornecimento de crédito rural, na promoção das exportações, na normatização da defesa agropecuária e na melhoria, em parte, da infra-estrutura e logística. • O mercado interno tem sido abastecido adequadamente com alimentos, fibras, agroenegia e produtos florestais, a preços reais decrescentes, contribuindo para a diminuição da fome e da pobreza, principalmente urbana. • As exportações do agronegócio suprem o mundo e atenuam os impactos negativos sobre a fome, como ocorreu na crise de 2008 e 2009. A melhoria da qualidade também tem marcado a trajetória do agronegócio. • O potencial do agronegócio brasileiro é imenso. A disponibilidade de terras planas, aptas a mecanização, agricultores empreendedores, incluindo muitos pequenos e médios. As tecnologias de instituições públicas e privadas devem aumentar consideravelmente a produção, seguindo preceitos de sustentabilidade para uma economia de baixo carbono, que leve em conta as mudanças climáticas e o aquecimanto global. • Para o futuro, a maior produção com sustentabilidade econômica, social e ambiental, atenderá ao aumento da demanda devido ao aumento da população brasileira e mundial e ao crescimento de sua renda, que exige mais produtos de qualidade e diversificados. 1 A maioria das ações refere-se a médio prazo (2011-14), mas a visão é de longo prazo (2011-14-20). 2 Agronegócio é “a soma das atividades de fornecimento de bens e serviços à agricultura, da produção agropecuária, do processamento, da transformação e da distribuição de produtos de origem agropecuária até o consumidor final. No segmento da produção, são contemplados o pequeno, o médio e o grande produtor rural” (MAPA). AGRONEGÓCIO – DESENVOLVIMENTO E SUSTENTABILIDADE 13
- PROPOSTAS AOS PRESIDENCIÁVEIS 2. Macroestratégias para o Agronegócio • Produção agropecuária, florestal e agroindustrial orientada para o desenvolvimento sustentável, com custos internacionais competitivos. • Aumento da eficiência produtiva das culturas, pastagens e florestas plantadas, junto com a implementação de políticas públicas adequadas e menor pressão sobre os recursos naturais, principalmente na Amazônia. • Contribuição para reduzir a pobreza rural por meio da incorporação de pequenos e médios produtores ao mercado, com apoio do Governo, além de programas sociais para aqueles que vivem em extrema pobreza. • Garantia de abastecimento do mercado interno de alimentos básicos e processados, incluindo agroenergia, a preços acessíveis às classes de renda mais baixa. (Sugerimos eliminar, pois os instrumentos para garantir o abastecimento podem se perigosos, via intervencionismo, como tarifas à exportação, etc.) • Crescimento das exportações com a entrada de divisas para o desenvolvimento e o equilíbrio nas contas externas do País. AGRONEGÓCIO – DESENVOLVIMENTO E SUSTENTABILIDADE 14
- PROPOSTAS AOS PRESIDENCIÁVEIS 3. Metas para o Agronegócio Sustentável 3 De acordo com as estimativas de produção e exportação divulgadas pelo MAPA até 2020 e para cumpri-las de maneira eficiente e competitiva, o setor produtivo do agronegócio brasileiro necessita dos avanços propostos neste documento, incluindo-se as metas sociais e ambientais. 3.1. Na produção: • 37% nos grãos (arroz, feijão, milho, soja e trigo): de 130 para 178 milhões de toneladas, com ganhos de 20% na produtividade, de 2,93 para 3,54 toneladas por hectare, diminuindo a pressão sobre incorporação de novas áreas, principalmente na Amazônia. • 38% nas carnes (frango, bovina e suína): de 22,15 para 30,5 milhões de toneladas em equivalente-carcaça. • 78% na cana-de-açúcar: de 571 para 1.006 milhões de toneladas, com a produção de 46,7 milhões de toneladas de açúcar (48 %) e de 62,9 bilhões de litros de etanol (127 %). • 37% de papel e celulose: de 22,11 para 30,34 milhões de toneladas. • Busca da autosuficiência da produção de fertilizantes de origem nacional. 3.2.Na Exportação: • Dobrar a receita para US$ 130 bilhões. • 46 % para milho e soja: de 34,6 para 50,5 milhões de toneladas, sendo 75% de soja em grão (37,87 milhões de toneladas). • 71% nas carnes (frango, bovina e suína): de 5,85 para 10 milhões de toneladas. • 223% em etanol: de 4,68 para 15,12 bilhões de litros. • 44% em papel e celulose: de 9,02 para 13,0 milhões de toneladas. 3 A partir da Assessoria de Gestão Estratégica do MAPA. AGRONEGÓCIO – DESENVOLVIMENTO E SUSTENTABILIDADE 15
- PROPOSTAS AOS PRESIDENCIÁVEIS 3.3.Metas Sociais: • Incorporação de 800 mil pequenos produtores ao mercado, com renda entre 1 a 2 salários mínimos. • Estímulos para os programas de capacitação e treinamento de recursos humanos, a exemplo do “sistema S e do cooperativismo”, com envolvimento de especialistas. • Programas de assistência técnica e extensão rural voltados para o pequeno e médio produtor • Capacitação de filhos de agricultores em atividades agrícolas e urbanas. • Negociação com movimentos sociais (incluindo Movimento dos Sem Terra – MST) para resolver o problema dos acampados em beiras de estradas e eliminar focos de invasões de propriedades rurais. 3.4.Metas Ambientais: • Recuperação anual de 1,5 milhão de hectares de áreas degradadas. • Intensificação da recuperação de áreas degradadas e do monitoramento dos avanços das lavouras e pastagens. • Promoção de práticas sustentáveis de manejo dos recursos florestais e hídricos. • Normatização de critérios para o pagamento por serviços ambientais. • Ampliação de sistemas de produção conservacionistas e de baixo carbono. 3.5. Metas Institucionais • Unificação das políticas agrícolas, independentemente do seu porte, no MAPA. • Administração pelo MAPA das políticas agroambientais, florestais e de uso da água e do solo. • Aprimoramento do sistema de defesa agropecuária. • Plano de comunicação e valorização da imagem do agronegócio • Garantia dos direitos constitucionais de propriedade privada no meio rural. AGRONEGÓCIO – DESENVOLVIMENTO E SUSTENTABILIDADE 16
- PROPOSTAS AOS PRESIDENCIÁVEIS 4. Proposta de Agenda para o Governo A transformação do potencial do agronegócio brasileiro em realidade terá o setor privado como protagonista e o Governo como indutor, por meio de uma agenda de trabalho alicerçada em seis grandes pilares: Pilar 1: Garantia de Renda para o Agricultor Componente A: Crédito Agrícola Justificativa: O crédito agrícola orientado pelo zoneamento econômico ecológico é instrumento fundamental para a sustentabilidade do processo produtivo. Possibilita ganhos de produtividade, poupa terra e desestimula novos desmatamentos, com a liberação das áreas já antropizadas para expansão agrícola. Estimula a incorporação do produtor ao mercado e auxilia na maior formalização do setor. A atual política de crédito agrícola tem como características: (i) Insuficiência de recursos para o financiamento da produção e comercialização; (ii) Injusta distribuição no seu acesso e capilarização; (iii) Concentração excessiva do risco no setor público; (iv) Falta de novos agentes financeiros, em razão da baixa rentabilidade operacional. AGRONEGÓCIO – DESENVOLVIMENTO E SUSTENTABILIDADE 17
- PROPOSTAS AOS PRESIDENCIÁVEIS Propostas de Ação: • Ampliação das fontes de financiamento governamentais, privadas e do exterior. • Aumentar o volume anual de crédito para a agricultura comercial (10%) e o PRONAF (12%) • Reduzir os custos de transação e de tempo gasto na contratação do crédito agrícola. • Planos Plurianuais de Safras (5 anos) com revisões anuais e crédito rotativo. • Criar um sistema de auto liquidez do crédito rural com a vinculação das operações de crédito rural aos instrumentos de: seguro rural, contrato de opção de compra e ao Fundo Garantidor do Crédito Rural, como forma de proteção ao financiado e ao financiador. • Aprovar o PLP 349/08 no Congresso Nacional, com a criação do Fundo Garantidor do Crédito Rural, para a provisão de recursos e a mitigação do risco das operações de crédito. • Oferta de crédito diferenciado para práticas conservacionistas e de baixo carbono. Encaminhamento: Ação multiministerial, coordenado pelo MAPA. Edição de portarias, decretos e leis, conforme a especificidade da ação. Componente B: Seguro Rural Justificativa: O Seguro rural é um fator estabilizador da renda do agricultor, diante de riscos de produção. Estimula e viabiliza a permanência do produtor rural em sua atividade. Como é pouco atraente para o setor privado, devido a sua alta sinistralidade e elevado custo operacional, o Governo deve disponibilizar mais recursos com a subvenção de prêmio. Como é uma medida anticíclica de proteção de renda, o seguro rural deve estar associado a mecanismos modernos de hedge e opção. Propostas de Ação: • Fomentar a contratação de seguro agrícola pelos produtores rurais. • Expandir os recursos para subvenção ao prêmio conforme a expansão da produção. • Regular o Fundo de Catástrofe, criado em 2008 (Projeto de Lei Complementar N. 374). • Ampliar o limite de seguro para áreas cultivadas com financiamento. • Padronizar os processos de inspeção e de acompanhamento dos sinistros. • Cumprir o plano Trienal elaborado pelo Comitê Gestor Interministerial do Seguro Rural. Encaminhamento: Coordenação MAPA. AGRONEGÓCIO – DESENVOLVIMENTO E SUSTENTABILIDADE 18
- PROPOSTAS AOS PRESIDENCIÁVEIS Componente C: Solução das Dívidas Agrícolas Justificativa: Diversos planos econômicos do Governo elevaram substancialmente a dívida dos produtores rurais e não corrigiram na mesma proporção os preços mínimos dos produtos. Adicionalmente, com as secas nas safras 2004/05 e 2005/06, sem a cobertura do seguro rural, os agricultores deixaram de receber indenizações de R$ 10,3 bilhões. Assim, muitos deles permanecem endividados, sem acesso a fontes de financiamento, tendo necessidade de uma solução definitiva para poder retomar a produção. Propostas de ação: • Revisão da Lei n° 11.755, de agosto de 2008, que renegociou 2,8 milhões de contratos no valor de R$ 75 bilhões, de um saldo da dívida de R$ 110 bilhões. • Renegociação das dívidas oriundas dos financiamentos com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e os endividamentos de custeio, investimento e comercialização de safras anteriores, faz parte da reforma do Sistema Nacional de Crédito Rural. Encaminhamento: Proposta do MAPA, encaminhada à Casa Civil da Presidência da República. Componente D: Garantia de Preços Mínimos Justificativa: Em época de safra abundante, os preços tendem a cair, com perda de renda pelos produtores e desestímulo para o próximo plantio. As compras do Governo por mecanismos como de preços mínimos objetivam proteger o agricultor e os consumidores de acentuadas volatilidades de preços. Por isso, o instrumento deve estar acoplado a uma política de metas de produção. Proposta de ação: • Implantar uma política de suporte de preços para garantir uma renda mínima ao produtor rural, com o aprimoramento do PEPRO e PEP, de acordo com tamanho dos estoques e as metas de produção propostas em Planos Plurianuais de Safras. Encaminhamento: Projeto de Lei a ser elaborado pelo MAPA, e encaminhado ao Congresso Nacional. Componente E: Desoneração Tributária Justificativa: No Brasil a carga tributária incidente sobre a produção de alimentos tem impacto extremamente negativo na competitividade do setor produtivo e encarecem os preços dos alimentos, com prejuízos para a população brasileira e dificuldades às exportações. Proposta de ação: • Desoneração tributária das matérias primas nos alimentos da cesta básica ampliada (incluindo as carnes) e dos produtos para a exportação. Encaminhamento: MAPA e Ministério da Fazenda AGRONEGÓCIO – DESENVOLVIMENTO E SUSTENTABILIDADE 19
- PROPOSTAS AOS PRESIDENCIÁVEIS Componente F: Substituição de Insumos Importados Justificativa: Os produtores brasileiros dependem fortemente da importação de matérias- primas para produção de fertilizantes e de princípios ativos de defensivos agrícolas. A elevada dependência de importações determina risco considerável para os produtores rurais quanto a preços e quantidade, e para a produção do País. Proposta de ação: • Recursos do BNDES, para fomentar projetos de exploração de jazidas de matérias- primas nacionais para a fabricação de fertilizantes. • Criar um Programa de busca de autosuficiência de produção interna de fertilizantes. • Incentivar Parceria Pública e Privada (PPP) na produção e oferta de fertilizantes, para diminuir a sua dependência externa. • Agilizar o processo de registro de novos defensivos agrícolas e aprovar os normativos que permitam a extensão de uso dos defensivos para culturas de menor expressão econômica (“minor crops”). Encaminhamento: MAPA, BNDES e PETROBRAS Componente G: Comunicação, imagem e valorização Justificativa: A agropecuária possui laços históricos com o país. Com as suas cadeias produtivas garante a segurança alimentar interna, contribui para uma matriz energética mais limpa e gera preciosas divisas através das exportações. Na condição de ser um dos principais protagonistas mundiais no agronegócio, é fundamental mostrar para a sociedade o seu papel fundamental como parte ativa do processo integração e desenvolvimento sócio e econômico nacional. Proposta de ação • Desenvolver plano de comunicação, imagem e valorização do agronegócio Encaminhamento: MAPA, MDIC, Casa Civil, Sociedade Civil Organizada AGRONEGÓCIO – DESENVOLVIMENTO E SUSTENTABILIDADE 20
- PROPOSTAS AOS PRESIDENCIÁVEIS Pilar 2: Infraestrutura e logística Justificativa: O “calcanhar de Aquiles” do agronegócio brasileiro é a tremenda deficiência em infraestrutura e logística, com ônus para o custo de transporte, redução da renda do produtor e comprometimento da competitividade internacional dos produtos nacionais, em relação aos concorrentes. Ainda, quanto maior a safra, maiores as perdas por falta de armazenamento e maior o custo de transporte. O transporte de uma tonelada de soja de Rondonópolis (Mato Grosso) a Paranaguá (Paraná), por exemplo, custa o equivalente a 20% do valor do produto; no caso do milho, metade do valor da mercadoria é gasto com frete. Em países como Estados Unidos e a Argentina, o custo médio do transporte é metade do custo normalmente verificado no Brasil. Contribuem para esse custo elevado no Brasil, além da priorização do transporte rodoviário propriamente dito, os elevados gastos com manutenções dos caminhões devido à precariedade da malha rodoviária. Um fator de competitividade é a priorização de sistemas de transporte de baixo custo, como nos Estados Unidos. No caso da Argentina, apesar do transporte rodoviário ser maior que o brasileiro, as distâncias da zona de produção aos portos são baixas. Composição da matriz de transporte País Rodovia Ferrovia Hidrovia Brasil 60% 33% 7% Estados Unidos 16% 23% 61% Argentina 82%, 17% 2% Fonte: Ministério dos Transportes O Brasil ocupa posição de destaque na produção e comércio internacional de commodities agrícolas, sendo o primeiro no ranking de exportação de açúcar, café, suco de laranja, etanol e tabaco. Em 2009, as exportações brasileiras de produtos originários do agronegócio ficaram próximas a 100 milhões de toneladas. Na próxima década, haverá um acréscimo de 70 milhões de toneladas. Com isso, o Brasil deverá ser o responsável pelo suprimento de aproximadamente 50% do mercado internacional de oito das principais commodities. AGRONEGÓCIO – DESENVOLVIMENTO E SUSTENTABILIDADE 21
- PROPOSTAS AOS PRESIDENCIÁVEIS Propostas de ação: Componente 1: Rodovias • Pavimentação urgente da BR 163 entre Guarantã (MT) e Santarém (PA), num trecho de 1.000 km. Segundo a Aprosoja, o custo de transporte do Norte do Mato Grosso para Paranaguá varia de R$178,00 a R$217,00 por tonelada. A pavimentação do trecho indicado acima, acoplado a Hidrovia Teles Pires – Tapajós, reduziria o custo de transporte por tonelada de soja para R$ 75,00 a R$100,00 sendo a mais econômica alternativa de transporte para as regiões Norte do Estado (Diamantino, Nova Mutum, Lucas do Rio Verde, Tapurah, Sorriso, Nova Uritada e Sinop). Para o Oeste do Estado (Campo Novo do Parecis, Sapezal, Campos de Júlio e Brasnorte), seria a segunda melhor alternativa (custo entre R$ 91,00 e R$148,00). • Pavimentação de 400 km da BR 158 – MT, entre Ribeirão Cascalheira à divisa com o Pará. Esta Rodovia está sendo modificada para desviar de parque indígena. • Construção de trecho da BR 242 – MT de Sorriso interligando com a BR 158. • BR 364 – MT – a) Pavimentação do trecho entre Diamantino - Campo Novo do Parecis (MT); b) Duplicação do trecho Rondonópolis – Cuiabá (MT); c) Duplicação da rodovia de reforço de base, construção de 3ª faixa em pontos críticos e desvios de áreas urbanas em 16 (dezesseis) municípios. • BR- 251- Pavimentação o que permitirá aos produtores do leste matogrossense a opção de escoamento da produção pelas BR-158 e BR-163, encurtando o acesso a Ferrovia Norte-Sul, em direção aos portos exportadores do Norte e Nordeste ou opcionalmente do sul e sudeste, pela modal ferroviário. • BR-030- Pavimentação, interligando as BR-158 e BR-163, na região do baixo Araguaia, à Ferrovia Norte-Sul, encurtando distancias aos portos do Norte e Nordeste. • Destinar recursos específicos aos municípios para a recuperação das estradas rurais. AGRONEGÓCIO – DESENVOLVIMENTO E SUSTENTABILIDADE 22
- PROPOSTAS AOS PRESIDENCIÁVEIS Componente 2: Ferrovias • Ferrovia Norte-Sul: a) Conclusão do trecho Guaraí (TO) a Uruaçu (GO); b) Implementação do projeto básico entre Anápolis (GO) e Estrela d’Oeste (SP) • Ferronorte: Conclusão da ferrovia entre Alto Araguaia e Rondonópolis (260 km). • Ferrovia Nova Transnordestina: Execução do Trecho entre Eliseu Martins (PI) e Trindade (PE). • Ferroeste: Execução da obra entre Cascavel (PR) e Maracaju (MS), importante para escoamento de milho e outros cereais. • Ferrovia Oeste Leste: Construção do trecho entre Ilhéus (BA) e Figueirópolis (TO). • Construção da Ferrovia litorânea SC: entre Imbituba a Araquari. • Conclusão da Ferrovia Norte – Sul, e os seguintes trechos no Paraná: nova pista no trecho Curitiba/Paranaguá, Ponta Grossa/Guarapuava, Cascavel/Foz/ Guairá, Campo Mourão/Cianorte e o contorno ferroviário da Cidade de Curitiba (Coop). Componente 3: Hidrovias • Araguaia-Tocantins: a) conclusão da eclusa de Tucuruí; b) derrocamento, dragagem e sinalização do Pedral do Lourenço; c) Projeto Eclusa de Estreito; d) Retomada das obras da Eclusa de Lajeado; e) Construção da Plataforma Multimodal de Marabá (PA); d) dragagem, derrocamento e sinalização de Tucuruí a Vila do conde e, e) Implantação das Eclusas de Estreito e Marabá. • Teles Pires-Tapajós: Construção de 5 eclusas para ampliar a navegabilidade do rio Teles Pires dos atuais 300 km para 1570 km. Trecho Itabuna – Santarém. • Tietê-Paraná: Ampliação do trecho navegável para 2000 km com construção de eclusas, derrocamento, sinalização e balizamento. • Rio Madeira: Aumento da capacidade de movimentação de carga de 10 para 20 milhões de toneladas: a) Melhoria no Porto de Porto Velho; b) Implantação Novo Porto de Porto Velho; c) Dragagem, derrocamento e sinalização. • Hidrovia Rio Juruena (MT) – Tapajós: importante via de escoamento da produção do norte de Mato Grosso, interligando a região noroeste, eliminando a necessidade de deslocamento rodoviário até o porto de Porto Velho. • Construção da Plataforma Multimodal de Marabá (PA) - garantindo o escoamento das cargas agrícolas pelas rodovias Araguaia – Tocantins, funcionando como ponto de recebimento e distribuição de cargas para o porto de Vila do Conde e dali para exportação. AGRONEGÓCIO – DESENVOLVIMENTO E SUSTENTABILIDADE 23
- PROPOSTAS AOS PRESIDENCIÁVEIS Componente 4: Portos Estratégicos • Vitória: Dragagem de aprofundamento, ampliação e recuperação do cais. • Santos: Dragarem de aprofundamento, ampliação da largura do canal de navegação e reforma dos berços. • Paranaguá: Dragagem do Canal de Balheta. • Itaqui: Construção do terminal de grãos do Maranhão, berços e ampliação do porto e retroáreas. • Vila do Conde (PA): Ampliação do pier para operar com grãos. • São Francisco do Sul (SC): Dragagem de aprofundamento e recuperação de berços. • Itajaí (SC): Dragagem dos berços e do canal de acesso. • Rio Grande (RS): Dragagem de aprofundamento, prolongamento dos molhes e modernização do cais. • Santarém: Agilizar licenciamento ambiental para terminal da Cargill (privado). Ampliação e construção de novo berço. • Cabotagem: Permitir a utilização de embarcações com bandeira estrangeira para a navegação de cabotagem para transporte ao longo da costa brasileira através da edição de normativo do poder executivo, conforme previsto nos incisos I e II do Artigo 9º, da Lei N° 9.432 de 08 de janeiro de 1997. • Rio Tocantins- Dragagem e construção de portos fluviais- Trecho: Estreito x Imperatriz – Derrocamento e construção de canal artificial. • Construção de eclusa de Boa Esperança (PI) – Rio Parnaíba – Conclusão da obra e instalação dos equipamentos eletromecânicos. Encaminhamento: Ministério dos Transportes, MAPA, Setor Privado. Componente 5: Dutovias • Goiânia-portos de São Paulo e Rio de Janeiro • Campo Grande-porto do Paraná (Paranaguá) AGRONEGÓCIO – DESENVOLVIMENTO E SUSTENTABILIDADE 24
- PROPOSTAS AOS PRESIDENCIÁVEIS Pilar 3: Comércio Exterior Justificativa: Com vocação para produzir excedente além do consumo interno, o agronegócio transforma o País em grande exportador de alimentos, fibras e agroenergia. Exportar significa desenvolver um programa eficaz de marketing dos produtos, com qualidade e agregação de valor, principalmente nos mercados mais exigentes, defesa dos legítimos interesses dos produtores e respeito científico às regras sanitárias e fitossanitárias. Mesmo com competitividade dos produtos brasileiros, muitos países impõem barreiras técnicas de comércio, para barrar as importações e proteger seus mercados. Cabe ao Governo Brasileiro defender os interesses do agronegócio nacional, com estratégias para que sejam respeitados e concluídos os acordos, sejam de naturezas multilaterais (OMC e COP) ou bilaterais, de modo a fornecer ao setor privado regras claras e seguras. Propostas de Ação: • Desenvolver sistemas para avaliação de barreiras técnicas, com metodologia de certificação compatível à realidade brasileira (com aceitação internacional): harmonização, equivalência, regionalização, indicadores de sustentabilidade, zoneamento ecológico-econômico, indicadores geográficos e de denominação de origem, dentre outros. • Fortalecimento da CAMEX como instância decisória para todas as questões relativas ao comércio exterior. • Conclusão da Rodada de Doha e estímulo para acordos bilaterais de comércio. • Conclusão das Negociações MERCOSUL – UE. • Revisão dos marcos normativos do MERCOSUL afetos ao agronegócio. • Intensificar as ações de promoção internacional do agronegócio brasileiro. • Exigir o cumprimento das decisões do órgão de solução de controvérsias da OMC, de forma a dar credibilidade ao organismo multilateral. • Engajar pequenas e médias empresas do agronegócio no círculo virtuoso das exportações, via linhas de crédito específicas para esta finalidade. • Ampliar a participação do MAPA nos diversos fóruns de comercio internacional. Encaminhamento: MAPA, Setor Privado, MDIC, Itamarati. AGRONEGÓCIO – DESENVOLVIMENTO E SUSTENTABILIDADE 25
- PROPOSTAS AOS PRESIDENCIÁVEIS Pilar 4: Pesquisa, desenvolvimento e inovação Justificativa: A agricultura do presente e do futuro está baseada na ciência. O fator crítico para a produção sustentada é a incorporação de conhecimentos à produção. Um dos exemplos mais marcantes é a conquista dos cerrados brasileiros, com inovações que permitiram a incorporação de vastas áreas tidas como improdutivas à produção de grãos e carnes. Maior produtividade da terra, da mão-de-obra e dos insumos depende fortemente da disponibilidade e adoção de tecnologia, que seja poupadora de terra, elimine as queimadas e reduza o desmatamento, com aumento da disponibilidade de alimentos, fibras e biomassa para o mercado interno e externo. Os desafios continuam. A ciência mundial evolui rapidamente. A biotecnologia e a nanotecnologia inovam os sistemas de produção e os produtos. A geração de conhecimentos no País e a incorporação de contribuições externas é o passaporte para o sucesso futuro. Para manter mercados e concorrer com produtos, os competidores do agronegócio investem pesadamente em ciências agrárias. Os países com atrasos em tecnologia serão deslocados para terceiros mercados e sofrerão a concorrência pelo seu mercado interno. Por isto, os progressos técnicos realizados pelo Brasil nos últimos anos precisarão ser consolidados e ampliados. Os principais desafios científicos e tecnológicos para o agronegócio brasileiro estão relacionados a: (i) Garantir a sua competitividade e sustentabilidade; (ii) Atingir um novo patamar tecnológico competitivo em agroenergia e biocombustíveis (2ª geração); (iii) Prospectar a biodiversidade para o desenvolvimento de produtos diferenciados e com alto valor agregado; (iv) Intensificar o desenvolvimento de tecnologias para uso sustentável dos biomas e integração produtiva das regiões brasileiras; (v) Estímulos para os programas de capacitação e treinamento de recursos humanos, a exemplo do “sistema S e do cooperativismo”, com envolvimento de especialistas. (vi) Programas de assistência técnica e extensão rural voltados para o pequeno e médio produtor. (vi) Contribuir para o avanço da fronteira do conhecimento e incorporar tecnologias emergentes. AGRONEGÓCIO – DESENVOLVIMENTO E SUSTENTABILIDADE 26
- PROPOSTAS AOS PRESIDENCIÁVEIS Propostas de Ação: • Suprir de recursos humanos qualificados e recursos financeiros as instituições de pesquisa em agropecuária, como a Embrapa, as Organizações Estaduais de Pesquisa e as universidades e os centros de pesquisas privados. • Investir não menos que 2% do valor da produção da agropecuária em pesquisa para o setor. • Estabelecer linha de crédito para financiamento de ensino técnico e formação de especialistas. • Apoiar e incentivar inovações tecnológicas para fortalecer as bases competitivas das empresas privadas nacionais, com estímulos à criação de novas cultivares e formas de produção. • Priorizar as ações dos fundos setoriais de incentivo à pesquisa, desenvolvimento e inovação, em ciências agrárias, etanol de celulose e eficiência energética. • Zelar pela pratica científica e do saber na administração das universidades, centros públicos de pesquisa e agências para licenciar novas tecnologias. • Fortalecer as pesquisas de suporte a sistemas sustentáveis de produção, que sejam capazes de promover uma agricultura rentável, competitiva e de baixo carbono, como o SPDP e ILPS. • Coordenação do banco brasileiro de germoplasma vegetal e de recursos genéticos animais para a alimentação e agricultura. • Intensificação das pesquisas em derivados de produtos competitivos de biomassa, seja para bioenergia, bioquímicos e outros. • Promover o desenvolvimento de cultivares capazes de manter ganhos continuados de produtividade, com aliança e eficiência no uso da água e nutrientes, resistência a pragas e doenças e capacidade de adaptação às mudanças climáticas. • Revisão da estrutura normativa aplicável à rotulagem de transgênicos e produtos derivados constante do Decreto n° 4.680/2003. • Valorizar o capital intelectual por meio de consórcios público-privados, sociedades de propósito específico, incentivos fiscais para parques tecnológicos. • Incentivos à geração e registros de patentes. • Favorecer a internacionalização das instituições de pesquisa agropecuária e agroindustrial, como forma de incorporar os novos conhecimentos gerados em centros de excelência no mundo. • Apoiar ações de transferência de tecnologia para países pobres da América Latina e África, de modo a maximizar sinergias com o agronegócio brasileiro. AGRONEGÓCIO – DESENVOLVIMENTO E SUSTENTABILIDADE 27
- PROPOSTAS AOS PRESIDENCIÁVEIS Pilar 5: Defesa Agropecuária Justificativa: A disseminação de doenças como a gripe aviária, a febre aftosa, a doença da vaca louca, a ferrugem da soja, dentre outras, por diversos continentes e países trouxe novas preocupações para os produtores rurais brasileiros. A possibilidade de pandemias se torna uma variável cada vez mais importante no comércio internacional. O poder público precisa investir na readequação de suas estruturas e na atualização de normativos para se prevenir a entrada de novas doenças e, no caso de incidência inevitável, dispor de planos emergenciais para sua erradicação. Os programas de integração entre o governo e a iniciativa privada na sanidade animal e vegetal possibilitaram avanços importantes na erradicação das principais pragas e doenças agropecuárias, bem como no desenvolvimento e na produção de variedades e raças resistentes. Signatário do acordo de medidas sanitárias e fitossanitárias (SPS) na Organização Mundial do Comércio, o Brasil deve exigir transparência e rigor científico na regulamentação internacional referente ao controle de agroquímicos, hormônios e anabolizantes. Internamente, falta padronização nos critérios adotados pelo MAPA, ANVISA e IBAMA. Estima-se que o Brasil não tenha acesso a mercados de US$ 20 bilhões anuais em exportações, devido a doenças existentes em sua agricultura, que poderiam ser erradicadas ou controladas com eficiência. A implantação de sistemas eficientes, o controle e a fiscalização são prerrogativas do Estado. As organizações privadas comprometem-se a apoiar as ações de Governo nesta área, bem como nos temas relacionados a agilização dos registros de novas moléculas, incluindo as Minor Crops e ações para a facilitação do comércio, desburocratização dos procedimentos administrativos, informatização dos pontos de entrada e saída de mercadorias desembaraço aduaneiro, modernização do Sistema Integrado de Comércio Exterior (SISCOMEX), entre outros. AGRONEGÓCIO – DESENVOLVIMENTO E SUSTENTABILIDADE 28
- PROPOSTAS AOS PRESIDENCIÁVEIS Propostas de Ação: • Consolidar os serviços de vigilância com sistemas de informação eletrônicos; equipes ágeis e bem treinadas de atendimento a focos; legislação em sintonia com os critérios técnicos internacionais; conscientização do produtor e controle de concentração de animais (exposições, rodeios e leilões). • No caso da erradicação da febre aftosa, intensificar os trabalhos nos estados das Regiões Nordeste e Norte, enquanto que, para a Bolívia, Paraguai e Venezuela, dar apoio técnico e financeiro em campanhas. • Fortalecer as ações do CAS (Conselho Agropecuário do Sul). • Finalizar a biossegurança no Laboratório Nacional Agropecuário de Minas Gerais (Lanagro/MG), com foco na febre aftosa e peste suína clássica. A rede de laboratório deve contar com a participação privada. • Alocar recursos para reequipar as estruturas laboratoriais do MAPA e recompor e a equipe de profissionais responsáveis pela vigilância sanitária. Os investimentos devem contemplar a defesa agropecuária no âmbito federal, estadual e municipal, bem como nas fronteiras com os países vizinhos e nos portos e aeroportos brasileiros. • Ampliar a ação de defesa fitossanitária, de forma a garantir barreiras fitossanitárias efetivas nas fronteiras. e de prevenção contra os riscos de entrada de novas doenças no país. • Padronizar os procedimentos no âmbito do Serviço de Inspeção Federal, Serviço de Inspeção Estadual e Serviço de Inspeção Municipal. • Revisão do Decreto n. 4.074/2002, quanto à avaliação de risco toxicológico e ambiental e à prescrição do tratamento fitossanitário pelos engenheiros agrônomos e florestais. • Harmonizar as regras de uso e alterações de componentes nas formulações e produtos de defesa vegetal, com incentivos para a produção e formulação nacionais e prioridade à análise e aprovação das inovações tecnológicas (ativos novos, melhorias das formulações de produtos registrados, adequações à agricultura nacional). • Estabelecimento de mecanismos de certificação consistente de produtos com selos de sustentabilidade, valor às marcas, qualidade ao produto e benefícios ao consumidor e à competitividade do setor produtivo. AGRONEGÓCIO – DESENVOLVIMENTO E SUSTENTABILIDADE 29
- PROPOSTAS AOS PRESIDENCIÁVEIS Pilar 6: Institucionalidade do poder público Justificativa: O agronegócio deve ser trado como questão de estado e não de governo. Atualmente são pelo menos cinco os Ministérios com papéis relevantes em assuntos ligados diretamente ao agronegócio (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; Ministério do Desenvolvimento Agrário, Ministério da Pesca, Ministério do Meio Ambiente (florestas plantadas) e Ministério da Integração Nacional (recursos hídricos para irrigação). A pulverização de competências entre diferentes Ministérios e organizações públicas gera atritos, perda de eficiência operacional, aumento de gastos e traz confusão no setor produtivo. Propicia também o desperdício e o desencontro de orientações na formulação de políticas e normas. É fundamental a racionalização na estrutura pública, com ganhos de sinergia, agilidade e eficiência: a unificação de esferas e gestão matricial traz melhorias na administração e na interlocução com os participantes do setor. Ministérios com funções relacionadas ao agronegócio: MINISTéRIO FUNçãO Planejamento Orçamento Fazenda Liberação dos recursos Banco Central Taxa de juros Ministério da Justiça FUNAI. SDE, CADE Transporte Agência Nacional de Transportes:Terrestres (ANTT); Aquaviários (ANTAQ) e de Aviação Civil (ANAC) Desenvolvimento, CAMEX , APEX e INMETRO Indústria e Comércio Itamaraty Acordos mundiais de comércio Minas Energia Minas energia Petrobras, ANP e biocombustíveis Meio Ambiente IBAMA e Florestas plantadas Desenvolvimento Agrário INCRA Pesca e Aqüicultura Integração Nacional ANA (recursos hídricos para irrigação) MAPA MDA AGRONEGÓCIO – DESENVOLVIMENTO E SUSTENTABILIDADE 30
- PROPOSTAS AOS PRESIDENCIÁVEIS Além das questões organizacionais, marcos legais importantes não acompanharam a evolução do agronegócio e ficaram desatualizados, como nos casos do Código Florestal, Estatuto da Terra, Sistema Nacional de Crédito Rural, Lei Agrícola e a Legislação Trabalhista no Campo. Este quadro tem sérias implicações para a produção agrícola do País, pois provocará: a) Inviabilidade de amplas áreas consolidadas, durante séculos, de produção de alimentos e outras matérias-primas, (os europeus subsidiam pesadamente para continuar a produzir); b) Diminuição na produção de alimentos, redução da renda de pequenos produtores e aumento da pobreza rural, em muitos casos, transformando-se em pobreza absoluta; c) Abandono da agricultura, com a aceleração da migração rural-urbana, principalmente de pequenos produtores não qualificados, e aumento de favelas das cidades. Há conscientização na sociedade de que os recursos naturais são finitos e necessitam de proteção. Os agricultores são os primeiros a assumirem essa responsabilidade em suas propriedades. A conservação do meio ambiente gera benefícios públicos para a sociedade como um todo, mas os seus custos correspondentes não podem ser debitados aos agricultores. A aplicação das metas para o desenvolvimento sustentável do agronegócio exige pesados investimentos, principalmente privados ao nível da propriedade rural. Nenhum pequeno produtor ou empresário rural investirá em ambiente de insegurança jurídica. A incerteza quanto à titularidade do imóvel e à sua efetiva proteção desestimula os investimentos necessários, como na nociva prática das invasões de terras, por movimentos ditos sociais, como o MST. Outra questão de insegurança jurídica diz respeito à ameaça contínua de expropriação de áreas consideráveis de produção agrícola sob o argumento de remanescentes comunidades quilombolas e de demarcação de reservas indígenas. A constituição de 1988 delimitou o prazo de cinco anos para que se concluísse o processo demarcatório e passados vinte e dois anos ainda persiste a ameaça de que propriedades venham a ser desapropriadas por estes motivos. AGRONEGÓCIO – DESENVOLVIMENTO E SUSTENTABILIDADE 31
- PROPOSTAS AOS PRESIDENCIÁVEIS Propostas de Ação: Componente A: Organizações do Agronegócio • Administração pelo MAPA das políticas agroambientais, florestas plantadas e da água, solo e minerais de uso pela agropecuária. • As questões pertinentes à Reforma Agrária devem ficar subordinadas diretamente ao Ministério da Justiça. • Fortalecer o Ministério com maior representatividade e autoridade para definição das políticas públicas em áreas estratégicas ligadas a meio ambiente e orçamento ( aquisição e equalização de preços agrícolas, da Embrapa, da CONAB, equalização das taxas de juros do crédito rural e subvenção ao prêmio do seguro rural). • Restabelecer o Conselho Nacional de Política Agrícola para definir os rumos e o desenvolvimento de programas do agronegócio, com respeito às especificidades de cada cadeia produtiva e região. • Unificar a política agrícola empresarial com a familiar, com melhores condições para os agricultores familiares crescerem e se desenvolverem. Amiúde os agricultores familiares reprimem o seu potencial de crescimento propositalmente para se manter sob a guarda da agricultura familiar. • Criar um Programa para aumentar a produção nacional de fertilizantes e biocidas. • Conceder ao MAPA o poder de deliberar sobre as políticas agroambientais, florestas plantadas e da água, solo e nutrientes de uso pela agropecuária. • Apoiar projetos integrados de desenvolvimento de cadeias produtivas, de acordo com as potencialidades de cada região, com estímulos ao espírito empreendedor e a formação de cooperativas, associações e condomínios. • Estabelecer programas de apoio aos produtores, independente de seu porte, para melhoras as suas condições de vida no campo. • Instituir o fórum permanente do setor privado para o MAPA, MDIC e Ministério das Relações Exteriores (MRE) discutirem as propostas de interesse do agronegócio brasileiro. • Implementar medidas de apoio à educação, profissionalização, capacitação e acesso à tecnologia da informação para os diferentes elos da cadeia produtiva, especialmente ao produtor rural e seus familiares. • Definição das competências (municipal, estadual e federal) para licenciamento de plantios e retirar os plantios da classificação de atividade altamente poluidora. • Definição clara da propriedade da terra, bem como regras claras para desapropriação e execução das ordens judiciais para reintegração de posse. AGRONEGÓCIO – DESENVOLVIMENTO E SUSTENTABILIDADE 32
- PROPOSTAS AOS PRESIDENCIÁVEIS Componente B: Legislação Ambiental • Alteração do Código Florestal com legalização definitiva das áreas de produção já consolidadas e estabelecimento de percentuais de preservação para áreas ainda não exploradas; • Ampliar os poderes dos Estados para definição do Código Florestal com relação às realidades locais. • Delimitação de Áreas de Proteção Permanente com base em avaliação científica criteriosa e específica. • Constituição de fundo de compensação para pagamento dos serviços ambientais aos agricultores que conservem recursos naturais, como cursos de água, matas, etc • Incentivar a formação de Reserva Ambiental Coletiva de forma a atender as áreas de relevante interesse ecológico apontadas pelo Estado, com o emprego usando das diretrizes do Zoneamento Ecológico Econômico. • Estimular o desenvolvimento de novas metodologias que viabilize o mecanismo de desenvolvimento limpo (MDL). • Implementar o Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE) com a concessão aos estados e municípios a autonomia para desenvolvimento de políticas de gestão das atividades para a sua região. Componente C: Outras Áreas de Legislação • Elaboração de legislação que permite a formalização dos produtores rurais com a transformação de pessoa física para jurídica. • Regulamentar a atividade dos produtores florestais independentes (atividade de fomento). • Proteção aos produtores rurais quanto a ameaças de desapropriação sob o argumento de terras indígenas ou de remanescentes quilombolas. • Aprimorar a legislação trabalhista para o emprego no setor rural. Encaminhamento: MAPA, Casa Civil, Congresso Nacional. AGRONEGÓCIO – DESENVOLVIMENTO E SUSTENTABILIDADE 33
- PROPOSTAS AOS PRESIDENCIÁVEIS AGRONEGÓCIO – DESENVOLVIMENTO E SUSTENTABILIDADE
segunda-feira, outubro 11
Jurista pede nova lei para compra de terras
“Ao limitar a aquisição de terras brasileiras por estrangeiros no último mês de agosto, o Governo Federal fez com que o assunto passasse a ser gerido por uma lei defasada, elaborada durante a ditadura militar”. O alerta é do advogado Luiz Carlos Lanzoni Júnior, de Campo Grande/MS, que defende a redação e imediata aprovação de uma nova legislação sobre o assunto. Esta providência, segundo ele, poderia vir na forma de uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC). “A questão está sob um texto rígido e ultrapassado, que serviu muito aos interesses dos governos militares no século passado, mas que se mostra inadequado ao novo país que hoje está sendo construído”, afirma.
Segundo ele, quando o presidente Lula acatou o mais novo parecer da Advocacia Geral da União (AGU) sobre o assunto, reativou as limitações previstas na Lei 5.709, de 1971, que estavam suspensas por decisão anterior da própria AGU. Em 1994, o órgão entendeu que não seria necessário haver restrições para a compra de terras por empresas brasileiras controladas por estrangeiros. Com a decisão de Lula, no último mês de agosto, estas restrições foram retomadas.
Lanzoni Júnior explica que sua posição não é contra impor limites para a desenfreada corrida internacional em busca de terras brasileiras. Ele argumenta apenas que o assunto não pode ser gerido por lei tão defasada. “Hoje as terras brasileiras nas mãos de estrangeiros somam uma área do tamanho de dois Sergipes e era necessário que se tomasse uma medida para regulamentar a questão, pois o Brasil havia perdido o controle sobre isso; no entanto é preciso bom senso político, social e econômico”, defende.
Pela lei que hoje volta a ficar em vigor, o advogado entende que muitos setores econômicos estão sendo prejudicados e que os reflexos poderão surgir em termos de desemprego, queda nas exportações e, consequentemente, do PIB brasileiro. “O texto da Lei 5.709 foi redigido dentro de um contexto político e econômico específico que hoje não representa a realidade. O agronegócio brasileiro, por exemplo, era ínfimo no cenário mundial e os hábitos também eram outros; no mercado interno havia pouca demanda para produtos hoje comuns na mesa do brasileiro, como a soja. Naquela época a banha de porco ainda reinava na dieta da maioria dos brasileiros”, lembra.
Lanzoni Júnior defende ainda que um assunto de tanta importância não deva ter seu encaminhamento a partir apenas de um parecer da AGU. “Um parecer não é lei, mesmo que neste caso esteja restabelecendo a validade do texto de uma lei. O parecer é a opinião de uma única pessoa que, neste caso, não está autorizada a legislar. A discussão tem de ser ampliada para que um novo texto venha a reger a questão”, ressalta.
O jurista explica seu ponto de vista na avaliação das condições atuais do Brasil junto ao restante do mundo. “O país se tornou voz ativa nas decisões do planeta e isso só foi possível graças ao seu crescimento econômico. As empresas que aqui se instalaram e que geram empregos e contribuem para os resultados econômicos do País devem ser respeitadas e incentivadas a investir mais, desde que também respeitem as condições e regras estabelecidas por esta nação. Para isso, a legislação deve estar adaptada a este novo Brasil, ao mercado e a uma nova geopolítica internacional”, detalha.
Ele concorda que o fluxo exacerbado de capital estrangeiro inflacionou o preço das propriedades rurais e dos insumos agrícolas e que tudo isso inibiu o investimento do próprio brasileiro. “Por isso mesmo a regulamentação é uma necessidade, mas o simples fato de se desenterrar um texto, no mínimo, vetusto, não resolve o problema. Ao contrário, pode trazer efeitos colaterais graves, pois os tempos são outros”, argumenta.
De acordo com dados oficias do Incra divulgados em maio deste ano, pelo menos 4,3 milhões de hectares de terras brasileiras estariam nas mãos de pessoas físicas e jurídicas estrangeiras. Seriam 34.371 imóveis registrados nestas condições. A maior parte destas terras, de acordo com o Sistema Nacional de Cadastro de Imóveis Rurais (SNCR), está no Mato Grosso (19,41%), Minas Gerais (11,30%), São Paulo (11,30%) e Mato Grosso do Sul (10,88%).
Segundo ele, quando o presidente Lula acatou o mais novo parecer da Advocacia Geral da União (AGU) sobre o assunto, reativou as limitações previstas na Lei 5.709, de 1971, que estavam suspensas por decisão anterior da própria AGU. Em 1994, o órgão entendeu que não seria necessário haver restrições para a compra de terras por empresas brasileiras controladas por estrangeiros. Com a decisão de Lula, no último mês de agosto, estas restrições foram retomadas.
Lanzoni Júnior explica que sua posição não é contra impor limites para a desenfreada corrida internacional em busca de terras brasileiras. Ele argumenta apenas que o assunto não pode ser gerido por lei tão defasada. “Hoje as terras brasileiras nas mãos de estrangeiros somam uma área do tamanho de dois Sergipes e era necessário que se tomasse uma medida para regulamentar a questão, pois o Brasil havia perdido o controle sobre isso; no entanto é preciso bom senso político, social e econômico”, defende.
Pela lei que hoje volta a ficar em vigor, o advogado entende que muitos setores econômicos estão sendo prejudicados e que os reflexos poderão surgir em termos de desemprego, queda nas exportações e, consequentemente, do PIB brasileiro. “O texto da Lei 5.709 foi redigido dentro de um contexto político e econômico específico que hoje não representa a realidade. O agronegócio brasileiro, por exemplo, era ínfimo no cenário mundial e os hábitos também eram outros; no mercado interno havia pouca demanda para produtos hoje comuns na mesa do brasileiro, como a soja. Naquela época a banha de porco ainda reinava na dieta da maioria dos brasileiros”, lembra.
Lanzoni Júnior defende ainda que um assunto de tanta importância não deva ter seu encaminhamento a partir apenas de um parecer da AGU. “Um parecer não é lei, mesmo que neste caso esteja restabelecendo a validade do texto de uma lei. O parecer é a opinião de uma única pessoa que, neste caso, não está autorizada a legislar. A discussão tem de ser ampliada para que um novo texto venha a reger a questão”, ressalta.
O jurista explica seu ponto de vista na avaliação das condições atuais do Brasil junto ao restante do mundo. “O país se tornou voz ativa nas decisões do planeta e isso só foi possível graças ao seu crescimento econômico. As empresas que aqui se instalaram e que geram empregos e contribuem para os resultados econômicos do País devem ser respeitadas e incentivadas a investir mais, desde que também respeitem as condições e regras estabelecidas por esta nação. Para isso, a legislação deve estar adaptada a este novo Brasil, ao mercado e a uma nova geopolítica internacional”, detalha.
Ele concorda que o fluxo exacerbado de capital estrangeiro inflacionou o preço das propriedades rurais e dos insumos agrícolas e que tudo isso inibiu o investimento do próprio brasileiro. “Por isso mesmo a regulamentação é uma necessidade, mas o simples fato de se desenterrar um texto, no mínimo, vetusto, não resolve o problema. Ao contrário, pode trazer efeitos colaterais graves, pois os tempos são outros”, argumenta.
De acordo com dados oficias do Incra divulgados em maio deste ano, pelo menos 4,3 milhões de hectares de terras brasileiras estariam nas mãos de pessoas físicas e jurídicas estrangeiras. Seriam 34.371 imóveis registrados nestas condições. A maior parte destas terras, de acordo com o Sistema Nacional de Cadastro de Imóveis Rurais (SNCR), está no Mato Grosso (19,41%), Minas Gerais (11,30%), São Paulo (11,30%) e Mato Grosso do Sul (10,88%).
Será que voce não é um "Sr. Oliveira" ?
Imagine-se um hipotético indivíduo que doravante chamaremos de Sr. Oliveira.
O Sr. Oliveira é um homem comum. É um pai de família. Habita uma região metropolitana que poderia ser São Paulo, Porto Alegre, Belo Horizonte ou Recife ou alguma outra grande cidade. Tem um emprego em uma instituição financeira, ou em uma revendedora de peças por exemplo. Pertence àquela classe média ligeira, que além de trabalhar 4 meses por ano de graça para o governo esforça-se para pagar as contas de aluguel, escola, natação e inglês dos filhos, plano de saúde, o guarda da rua e outros pormenores no fim do mês.O Sr. Oliveira levanta-se de manhã e veste-se com roupas de algodão, algodão esse crescido nos campos de Chapadão do Sul, MS e processado em Blumenau, SC. Talvez esteja um pouco frio, e ele use um pulôver de lã de carneiros criados em Pelotas, RS e fabricado em Americana, SP. Calça seus sapatos de couro vindo de bois do Mato Grosso, e fabricados em Novo Hamburgo, RS.
Ele toma café da manhã, com ovos vindos de Bastos, SP, leite de uma cooperativa do Rio de Janeiro, broa de milho colhido em Londrina, PR, um mamão vindo do Espírito Santo, suco de laranja de Araraquara, SP e um cafezinho vindo direto de São Lourenço, MG.Ele lê um jornal, impresso em papel feito de eucalipto crescido em Três Lagoas, MS.
O Sr. Oliveira entra em seu carro, abastecido com álcool de cana de açúcar produzida em Piracicaba, SP, com pneus de borracha saída dos seringais de São José do Rio Preto, SP.
Enquanto ele vai ao trabalho, a Sra. Oliveira vai às compras nos supermercados do bairro, sempre pesquisando os melhores preços das frutas, das verduras e da carne para não apertar o orçamento familiar.No almoço, o Sr. Oliveira come um filé de frango criado no Paraná, alimentado com soja de Goiás e milho do Mato Grosso, com molho de tomate de Goiás. Tem arroz do Rio Grande do Sul, feijão dos pivôs do oeste baiano. Tem salada das hortas de Mogi das Cruzes, SP. Suco de uvas do Vale do São Francisco e de sobremesa goiabada feita com goiabas de Valinhos, SP e açúcar de Ribeirão Preto, SP, e queijo de Uberlândia, MG. Outro cafezinho dessa vez da Bahia.Hoje a noite é de comemoração. Sua empresa fez um corte de pessoal mas felizmente o Sr. Oliveira manteve o emprego. Ele leva a esposa jantar fora. Vinho do Vale dos Vinhedos gaúcho. Presuntos e frios de porco criado em Santa Catarina, alimentado com soja paranaense, filet mignon de bois criados no Sul do Pará. Chocolate produzido com cacau do sul da Bahia. E outro café de Minas, adoçado com açúcar pernambucano.O Sr. Oliveira é um homem razoavelmente informado e inteligente. No dia seguinte ele lerá os jornais novamente. Pelos jornais ele ficará sabendo que há conflitos em terras indígenas recentemente demarcadas e fazendeiros cujas famílias foram incentivadas a ocupar aquelas terras há décadas atrás. Pelos jornais ele ficará sabendo que a pecuária é a maior poluidora do país (embora ele mesmo tenha o sonho de um dia abandonar a cidade poluída e viver no campo por uma qualidade de vida melhor). Pelos jornais ele tem notícias de invasões de terras, de conflitos agrários, de saques e estradas bloqueadas (o Sr. Oliveira é a favor da reforma agrária, embora repudie a violência). Pelos jornais ele toma conhecimento de ações do Ministério Público contra empresas do agronegócio (ele não entende que mal há em empresas que ganham dinheiro). Pelos jornais ele acha que a Amazônia está sendo desmatada por plantadores de soja e criadores de boi.Mas o Sr. Oliveira pensa que isso não tem nada a ver com ele.Pois eu gostaria de agarrá-lo pela orelha, e gritar bem alto, de megafone talvez, não um, nem dez, mas mil megafones que TUDO ISSO É PROBLEMA DELE SIM!Gostaria de lhe dizer que a agropecuária está presente em todos os dias da vida dele.Gostaria de lhe dizer que o agronegócio gera um terço do PIB e dos empregos do país. Gostaria de lhe dizer que quem diz que a pecuária polui mente descaradamente.Gostaria de lhe dizer que o maior desmatador da Amazônia é o INCRA, que com o dinheiro dos impostos dele sustenta assentamentos que não produzem absolutamente nada, condenando uma multidão de miseráveis manipulados por canalhas balizados por uma ideologia assassina à eterna assistência do Estado.Gostaria de lhe dizer que estes mesmos canalhas estão tentando, sob a palatável desculpa dos direitos humanos, acabar com o direito de propriedade, arruinando qualquer futuro para o agronegócio brasileiro.Gostaria de lhe dizer, que os mesmos canalhas querem fechar índios que há 5 séculos estão em contato com brancos em gigantescos zoológicos onde eles estarão condenados à miséria e ao suicídio.Gostaria de lhe dizer que índios são 0,5% da população brasileira e não obstante são donos de 13% do país.Gostaria de lhe dizer que querem transformar 2/3 do país em reservas e parque que estão sendo demarcados sobre importantes reservas minerais e aqüíferos subterrâneos essenciais para o futuro do país.Gostaria de lhe dizer que a agricultura ocupa apenas 7,5% da superfície do país, e que mesmo assim somos os maiores exportadores do mundo de carne, soja, café, açúcar, suco de laranja e inúmeros outros produtos.Gostaria de lhe dizer que podemos dobrar ou triplicar a produção pecuária do país sem derrubar uma árvore sequer.Gostaria de lhe dizer que produtores rurais não são a espécie arrogante e retrógrada que os canalhas dizem que são. São gente que está vivendo em lugares onde você não se animaria a viver, transitando por estradas intransitáveis e mortais, acordando nas madrugadas para ver nascer um animal, rezando para chover na hora de plantar e para parar de chover na hora de colher, com um contato e um conhecimento da natureza muito maior do que o seu. São gente cujos antepassados foram enviados às fronteiras desse país para garantir que esse território fosse nosso, foi gente incentivada a abrir a mata, abrir estradas, plantar e colher, às vezes por causa do governo, às vezes apesar dele.Gostaria enfim de gritar a plenos pulmões, que qualquer problema que afete um produtor rural, uma empresa rural, uma agroindústria É UM PROBLEMA DELE, DO PAÍS E DO MUNDO.Sim, porque no mesmo jornal que o Sr. Oliveira leu, há uma nota de rodapé que diz que há 1 bilhão de pessoas no mundo passando fome.E grito finalmente para o Sr. Oliveira e tantos outros iguais a ele: ABRA OS OLHOS! e desconfie daqueles que querem transformar o agronegócio em uma atividade criminosa.
fonte: agriculturanomaranhão.com
quarta-feira, outubro 6
Rússia investirá US$ 1 bilhão em fábrica de fertilizantes em MS
Suzana Inhesta
AGÊNCIA ESTADO
A Rússia pretende investir cerca de US$ 1 bilhão em uma fábrica de fertilizantes nitrogenados - que tem em sua composição o nitrogênio - em Mato Grosso do Sul. Segundo o vice-presidente do Vnesheconmbank, banco estatal russo de cooperação para o desenvolvimento econômico e dos negócios estrangeiros, e presidente da seção russa do Conselho Empresarial Brasil-Rússia, Sergey Vasilyev, ainda não há uma decisão definitiva para os detalhes do projeto.
– Vamos primeiro fornecer um pouco mais de fertilizantes para o Brasil e depois começar a produzir aqui no país – afirmou a jornalistas, na reunião do conselho nesta quarta, dia 6, em São Paulo.
O recurso, de acordo com o executivo, é proveniente do governo russo e pode também ter apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A empresa russa à frente do projeto é a Metaprocess.
– A fábrica seria da Metaprocess e não seria feita em parceria com empresas brasileiras. As conversas com a companhia russa estão adiantadas, com estudos de viabilidade econômica. Mas a grande discussão no momento é o preço do gás a ser consumido na unidade – declarou a secretária de Estado de Desenvolvimento Agrário, da Produção, da Indústria, do Comércio e do Turismo (Seprotur) de Mato Grosso do Sul, Tereza Cristina Dias.
De acordo com ela, o gás a ser utilizado para consumo dessa nova fábrica, prevista para ser localizada na cidade de Corumbá, seria o importado da Bolívia via gasoduto Brasil-Bolívia.
– Passam pelo tubo cerca de 30 milhões de metros cúbicos de gás por dia. Dois milhões de metros cúbicos do gás vão para a nova fábrica e dois milhões para a unidade de fertilizantes da Petrobras. Ainda sobra bastante matéria-prima para novos investimentos no setor e na região – disse.
No início do ano, a Petrobras anunciou a construção de uma fábrica de fertilizantes em Três Lagoas (MS), com investimentos de R$ 2 bilhões. O Estado do Mato Grosso do Sul e a prefeitura já doaram terreno orçado em R$ 5,9 milhões.
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